TrancaRua
Wednesday, February 04, 2004
Obrigado pelos artigos e comentarios de todos os lados.
Estou devendo uma replica ao editorial do Le Monde que o Anjo45 me mandou. Ja esta na fornalha mental, mas agora o tempo e curto.
Peguei a maior nevasca da minha vida aqui, semana passada. O auge rolou quando eu largava o batente na quarta. Silencio e desolacao na floresta de cimento. A neve abafa os sons e os bichos urbanos ficam escondidos.
Passei no hipermercado Safeway e era o unico cliente. A caixa, negra e pobre, com unhas de meia polegada, roxas, gostou do meu nome quando o leu no cartao. Disse que botaria meu nome no bebe dela - Fonseeca. Nao e incomum que os afro-americanos, buscando dar nomes autenticamente africanos aos seus rebentos, inventem coisas como Jaqueefa, Taquaia e Shaquille. E o povao no Brasil, quer mesmo eh ser americano, vide nossos Clebersons, Joilsons e Kenedys.
Fui levar os suprimentos para minha noiva. Tomei um tombo no caminho e quebrei uma das tres aguas com gas Perrier sabor limao que havia comprado. Foram uns bons 10 minutos na nevasca ate que conseguisse recolher todos os cacos pontudos dispersos na neve (alguem poderia passar por ali e se furar). O Hobbit hole onde mora minha donzela estava com a entrada entupida de neve. No dia seguinte um sol anemico foi parido arranhado pelos galhos secos das arvores. As ruas foram emplastradas de um caldo negro. E toda agua que foi escorrendo pelas calcadas durante o dia congelou aa noite tornando entao a travessia um holliday on ice sininstro. Como as temperaturas ainda sao as mais baixas dos ultimos 30 anos, mesmo com o sol dos ultmos dias o ringue de patinacao resistiu. Uma conhecida acabou de se estatelar e quebrou a perna em varios pontos. No apice da estacao, nao eh bom ser idoso por aqui. O clima nao me incomoda tanto, eh como estar em lugar selvagem, onde a luta pela sobrevivencia eh mais evidente.
Comments:
Post a Comment
